O fabuloso destino da 0111

O ano de 2021 pode bem vir a ser o ano do renascimento da 0111. A automotora que estamos a restaurar desde 2017 foi acolhida com entusiasmo pela CP desde a sua transferência para as oficinas do Entroncamento, para continuação dos trabalhos em ambiente mais propício.

Apesar do contexto pandémico, o apoio dos ferroviários tem sido decisivo para acelerar o restauro estético e para por em prática desde já o que era uma segunda fase do projecto, que ainda não estava calendarizada – a recuperação funcional da automotora.

Depois de um ensaio bem sucedido na oficina do Entroncamento, os dois motores foram ligados e indiciaram um funcionamento perfeito, a que se sucedeu o levante da automotora para desmontagem dos órgãos mecânicos – bogies, motores e caixas de transmissão. Estes órgãos foram enviados para Guifões, estando desde então a passar revisão geral para repor o ciclo de vida útil da automotora que lhe permitirá voltar a circular.

No Entroncamento decorrem os trabalhos de chapa, cuja profundidade será maior do que inicialmente previsto. A automotora deverá ficar capacitada a avançar para pintura ainda no primeiro semestre. No capítulo dos fornecimentos de que temos tratado, a Nohab 0111 terá todos os vidros colocados de novo e garantindo um aspecto imaculado quando regressar ao activo.

O objectivo é agora de podermos vir a ter a automotora pronta a circular até ao final do ano, completando o projecto com que nos tínhamos comprometido junto do Museu Nacional Ferroviário, de recuperar esteticamente a automotora de acordo com pintura interior e exterior típica de final dos anos 80 e anos 90. A segunda fase ficará completa também este ano, permitindo começar a planear as primeiras viagens da nova vida desta automotora.

Com excepção dos rodados, a automotora ficará apta a cerca de 200.000 quilómetros antes da próxima revisão, o que parece ser amplamente suficiente para muitos e bons anos ao serviço dos projectos de lazer e de história de Museu Nacional Ferroviário, APAC e CP.