Recuperando chapa com 70 anos

Tratamento das superfícies de chapa limpas

A 0111 foi entregue pela Nohab no final de 1948. A sua vida comercial de quase 60 anos e as incidências típicas de exploração motivaram inúmeras reparações de chapa ao longo da vida e bem visíveis por toda a automotora – são visíveis soldaduras relativamente recentes, reforços com chapa e betume. Nada de anormal em veículos de tamanha longevidade e atividade. Os cerca de 10 anos de abandono deixaram marcas provavelmente bem mais duras … e na nossa 12ª sessão no Entroncamento foi novamente o destaque.

Dia 24 de Março a nossa equipa de voluntários pegou novamente nas ferramentas e no saber e numa intensa sessão de trabalhos continuou rumo à recuperação da automotora. Algumas aquisições importantes vislumbram-se no horizonte e serão cruciais para que a automotora inicie decisivamente o seu trajeto rumo ao seu restauro integral. Exemplo disso são os vidros em falta na automotora, estando a decorrer o processo de análise e seleção de fornecedores.

Aspecto de uma das janelas após tratamento em profundidade de toda a chapa envolvente.

Dentro da automotora passámos à última etapa de tratamento das superfícies que revestem os salões, o último passo antes de se iniciar a reabilitação dos painéis, seu alisamento e posterior pintura. Assim, o tecto do salão de 2ª classe acabou o dia praticamente todo limpo – na próxima sessão em princípio será terminado este salão e dado idêntico tratamento ao pequeno salão de 1ª classe.

Fora da automotora tiveram os trabalhos mais significativos, até visualmente. Os muitos pontos de corrosão da lateral virada a nascente foram alvo das rebarbadoras e escovilhões, procurando limpar toda a ferrugem ou até encontrar buracos ainda não visíveis pelas camadas de tinta – às vezes muitas – aplicadas. A chapa metálica foi assim exposta numa área superior a 9 metros quadrados, ficando toda a superfície limpa e identificados alguns buracos mais, nomeadamente acima do friso que faz a separação da lateral com o tecto da automotora. Todas estas superfícies depois de tratadas receberam tratamento de pintura anti-corrosão, de modo a resistirem aos elementos até chegar o momento da aplicação da pintura. Em alguns locais foi iniciada a betumagem para alisar a superfície uma vez que, havendo em alguns locais em perfeito estado uma camada de tinta superior a 4 mm, tal se torna imprescindível para assegurar a correcta estética final.

O nosso grupo voltará aos trabalhos no dia 7 de Abril, mantendo disponibilidade para receber visitantes da parte da tarde, para o que os interessados devem realizar a sua inscrição na bilheteira do Museu Nacional Ferroviário.



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